A bodelha, de nome científico Fucus vesiculosus, é uma pequena alga marinha castanha comestível que pode ser encontrada nas costas do Atlântico (incluindo nos Açores) e do Pacífico, bem como do Mar Báltico. Esta alga tem sido descrita como sendo um alimento funcional promissor devido à sua riqueza nutricional em iodo e fitoquímicos bioativos, como polissacarídeos (por exemplo, a laminarina e alginato), clorotaninos, polifenóis, esteróis, pigmentos, vitaminas e minerais. Os seus polissacarídeos atuam ainda como prebióticos, uma vez que não são completamente digeridos no trato gastrointestinal, regularizando a função intestinal e favorecendo o crescimento de bactérias benéficas no trato gastrointestinal.
Além dos seus benefícios nutricionais, os extratos de bodelha são considerados uma boa fonte de inibidores das enzimas digestivas, o que justifica a sua utilização na obesidade. Em estudos in vitro, o alginato demonstra uma ação inibitória da pepsina e da lipase pancreática, os clorotatinos são conhecidos inibidores da glucosidase e a flucoxantina tem demonstrado inibir a atividade da lipase pancreática no lúmen gastrointestinal de ratos.
Esta alga marinha é utilizada maioritariamente como adjuvante na redução do aporte calórico e na perda de peso em adultos obesos. Os seus suplementos alimentares têm sido também utilizados noutras patologias como gota, artrite reumatoide, asma, psoríase e cicatrização de feridas.
Devido ao seu teor elevado em iodo, os extratos de bodelha podem ainda estimular a atividade da tiroide, cujas hormonas regulam o gasto de energia e o apetite, além de desempenharem um papel fundamental no metabolismo do organismo. Contudo, o seu consumo deve ser moderado, de modo a não ultrapassar os limites recomendados da ingestão deste mineral essencial. Além disso, a ação estimulante da tiroide promovida pelo iodo pode comprometer a administração de fármacos anti-epiléticos, já que a sua utilização crónica está associada a alterações na homeostasia das hormonas tiroideias.