O Cardo Mariano, cujo nome científico é Silybum marianum, é uma das plantas mais estudadas no tratamento de doenças hepáticas. Tem um uso tradicional como alimento, tónico, galactogogo e em afeções endócrinas, digestivas e depressão 1,2.
Os principais compostos bioativos do Cardo Mariano são três flavonoides isómeros naturais, conhecidos no seu conjunto como Silimarina, e que estão concentrados sobretudo no fruto e nas sementes desta planta. A Silimarina atua como um antioxidante, ao reduzir a produção de radicais livres e a peroxidação lipídica, possui atividade antifibrótica e inibe a ligação de toxinas aos recetores membranares dos hepatócitos, atuando como um protetor hepático e um desintoxicante natural. As suas propriedades regeneradoras hepáticas devem-se à sua capacidade de induzir o aumento da síntese proteica nos hepatócitos 3, além de diminuir os níveis de malondialdeído (MDA) e aumentar significativamente a atividade antioxidante da glutationa (GSH)4.
A silimarina tem sido muito utilizada no tratamento de distúrbios da vesícula biliar (colerético), doença hepática, cirrose, icterícia, hepatites virais agudas e crónicas e doenças hepáticas induzidas por toxinas 5,6. Para além disto, beneficia o sistema nervoso com efeitos neuroprotetores via mecanismos antioxidantes e anti-inflamatórios, bem como potencial antidepressivo 1.
As suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e pró-apoptóticas têm-se revelado muito úteis ao nível da cardio, neuro e hepatoproteção.
Tem vindo a demonstrar propriedades benéficas na proteção renal, capacidade hipolipemiante, atividade anti-aterosclerótica, e revelou-se útil na prevenção da resistência à insulina, especialmente em doentes cirróticos e oncológicos 1,2,7,8.