As raízes da Gentiana lutea, uma planta com flor amarela nativa das regiões montanhosas da Europa central e do sul, são muito utilizadas para situações de estômago e como um componente em preparações indicadas para patologias do fígado e da vesícula biliar.1
Esta planta mostra-se bastante eficaz no aumento do apetite, uma vez que existem dois mecanismos farmacologicamente ativos em que os constituintes amargos impactam a digestão (ao atuarem em recetores ao longo do trato digestivo, estimulam a ação do estômago e das glândulas salivares). Os glicosídeos esteróides gentiopicrosido e amarogentina são os constituintes amargos mais importantes da genciana, tendo diferentes atividades farmacológicas. A amarogentina e a amarosverina têm um efeito gastroprotetor, enquanto que a gentiopicrina e a isogenticina xantona têm um efeito antimicrobiano demonstrado.
As suas atividades hepatoprotetoras estão relacionadas com os constituintes severosido, severtiamarina e gentiopicrina, presentes na raiz. Estudos demonstraram que estas substâncias diminuem os níveis serológicos das enzimas hepáticas AST e ALT e os níveis hepáticos de triglicéridos. Devido à sua composição em flavonóides, a genciana apresenta também atividade anti-inflamatória, anti-tumural e antioxidante.2
Além disso, é também composta por gentiamina, um alcalóide monoterpeno, com atividade antidiabética comprovada, ao regular a expressão do gene PPAR-ɤ,GLUT-4 e da adiponectina. Além disso, possui ação anti-inflamatória, anti-pirética, sedativa e diurética.2